Por volta das 11h, oito moradores decidiram agir e removeram o alambrado, além de retirar os pilares de concreto que bloqueavam o acesso ao terreno, conforme relatado por testemunhas locais. Essa ação foi tomada após a divulgação de uma matéria sobre a disputa pelo espaço, realizada pela imprensa nesta segunda-feira (22).
A prefeitura já entrou com uma ação de reintegração de posse, porém, ainda aguarda uma decisão da Justiça. A praça, que estava cercada desde o dia 23 de março com alambrado, portão, corrente e cadeados, tem sido alvo de polêmica nos últimos dias.
Os moradores já haviam derrubado os alambrados no final de março, mas o ex-juiz ordenou a reconstrução da cerca. Além disso, ele colocou uma placa de venda no local, com o objetivo de vender o terreno por quase R$ 1,3 milhão. Essa controvérsia começou em 2006, quando Fernandes entrou com uma ação de indenização por apossamento administrativo, alegando que o terreno era seu desde 2002.
A situação ganhou ainda mais complexidade após uma decisão da 6ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, em 2016, afirmar que o terreno era de propriedade dos autores, ou seja, de Fernandes. No entanto, a prefeitura contesta essa decisão, argumentando que o terreno já funcionava como praça na época em que Fernandes o adquiriu.
Em meio a essa disputa, a valorização do terreno em questão também está em jogo, já que a demarcação como Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana Ambiental (ZEUa) pode permitir a construção de prédios com até nove andares, além de outras vantagens.
Diante desse impasse entre a população e o ex-juiz, a comunidade local aguarda novos desdobramentos e uma decisão que possa trazer uma resolução justa para ambas as partes envolvidas nessa polêmica sobre o espaço público em Interlagos.