O movimento Unificados de Vítimas da Braskem (Muvb) organizou o protesto em paralelo à agenda do Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20, que abordava temas como combate à desinformação e inclusão digital. Uma carta aberta foi divulgada pelo movimento aos participantes da reunião, destacando o sofrimento das famílias afetadas pelo afundamento do solo.
O afundamento resultou no desaparecimento de bairros inteiros, como Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e parte do Farol. Comunidades como Flexais, Quebradas, Marquês de Abrantes, Bom Parto e Vila Saem também pedem o remanejamento das famílias devido às condições precárias de sobrevivência.
A carta enfatizou a importância de ações concretas para enfrentar desafios de proteção ambiental, desenvolvimento econômico sustentável e justiça social. O movimento solicitou medidas mais rigorosas para responsabilizar empresas transnacionais por crimes ambientais, como o cometido pela Braskem em Maceió.
Os moradores questionaram os valores de indenização propostos pela empresa, considerando-os insuficientes para cobrir os danos causados. Em julho, a Braskem foi condenada por um Tribunal da Holanda a indenizar nove vítimas, porém, o valor ainda será definido em acordo entre as partes.
Durante uma audiência na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), vítimas de tragédias como as barragens em Mariana e Brumadinho, incêndios da Boate Kiss e Nest do Urubu e afundamento de bairros em Maceió, cobraram a responsabilização pelas tragédias. A Braskem, por sua vez, afirmou que está desenvolvendo medidas para mitigar os impactos da subsidência do solo, realocando preventivamente moradores e compensando financeiramente as famílias afetadas.
Até o momento, a empresa já desembolsou mais de R$ 10,6 bilhões e provisionou R$ 15,9 bilhões para lidar com as consequências do afundamento do solo em Maceió. Todas as ações seguem sendo implementadas conforme os acordos com as autoridades e são fiscalizadas por órgãos competentes.