Na unidade da Oscar Freire, os visitantes podem apreciar telas de grandes dimensões, com influências dos arquitetos italianos Franco Albini, Carlo Scarpa e Lina Bo Bardi. Essas obras proporcionam um impacto visual marcante, reforçando a originalidade e a criatividade do artista. Já na unidade da Padre João Manuel, o público pode contemplar 30 obras, incluindo pinturas abstratas, como as que dialogam com o renomado Giorgio Morandi, e trabalhos inspirados na cultura e arquitetura do Nordeste brasileiro, especialmente de Timbaúba, cidade natal de Montez Magno.
Tomás Toledo, sócio da galeria, destaca a polifonia presente nas obras de Montez Magno, representando a riqueza e complexidade das influências artísticas do artista. A exposição propõe uma imersão nos territórios que guiaram o olhar de Magno ao longo de sua trajetória, revelando uma abordagem não linear e mais rizomática em relação ao seu trabalho.
A mostra também destaca a habilidade do artista em unir elementos da brasilidade e da cultura européia em suas criações, criando um diálogo instigante com a vanguarda artística da época. Além disso, a exposição explora temas ligados à filosofia tântrica, com símbolos geométricos que revelam a interpretação pessoal de Montez sobre essa corrente esotérica.
Montez Magno é descrito por Toledo como um artista irônico e assertivo, capaz de transitar entre diferentes influências culturais com maestria. Sua obra, marcada por cores vibrantes e traços precisos, revela uma profunda conexão com suas memórias e experiências pessoais, especialmente em relação ao Nordeste brasileiro. A exposição “Entre Morandi, Nordeste e Tantra” é, portanto, uma oportunidade única de mergulhar no universo criativo desse artista singular e multifacetado.