Para o ministro, essas tragédias são um verdadeiro horror e revelam uma realidade triste do país. Em suas palavras: “Esse é um tipo de olhar que a gente precisa treinar o tempo todo, porque, como disse o presidente Lula, o Brasil é um país que se acostumou com essas tragédias. É um país que se formou a partir dessas tragédias, então, a gente naturalizou coisas que são inaceitáveis”.
Silvio Almeida esteve no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (14) para começar a construção de uma proposta global com o objetivo de apresentar ao governo uma ação efetiva diante desse problema. Ele ressaltou a importância de repensar a segurança pública e buscar maneiras inteligentes de combater a criminalidade, como a reciclagem constante dos policiais. Além disso, ressaltou a necessidade de investigar todas as ocorrências de letalidade, visando também a proteção dos próprios policiais. Nesse sentido, defendeu o uso de câmeras corporais nas fardas, medida que contribui tanto para a segurança dos agentes como para a transparência nas abordagens.
O ministro enfatizou que a sociedade brasileira não pode se acostumar com a morte e nem incentivar sua ocorrência. É essencial valorizar a vida e promover políticas de proteção e combate à letalidade, especialmente no que diz respeito às crianças. Segundo Silvio Almeida, é alarmante a proporção de vítimas infantis que vivenciam situações de violência, independentemente de sua cor de pele ou condição socioeconômica. O silêncio não pode ser mais uma opção diante dessas tragédias, e é fundamental que todos, desde a sociedade organizada até os governos em todas as esferas, assumam a responsabilidade por essas mortes.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva partilha da preocupação do ministro e compreende a gravidade dessa questão. Silvio Almeida ressaltou a importância de envolver a sociedade nesse processo, afinal, é fundamental que a população diga “não” à naturalização dessas mortes e se volte para a defesa da vida. A tranquilidade não pode ser mais uma realidade quando crianças de cinco e treze anos estão sendo assassinadas. Todos têm sua parcela de responsabilidade nessas mortes: a sociedade organizada, os meios de comunicação, as universidades e os governos federal, estaduais e municipais.
Portanto, é urgente a construção de uma política nacional focada na proteção à vida e no combate à letalidade, especialmente nas comunidades carentes. A vida das crianças brasileiras deve ser valorizada acima de tudo, e é imprescindível romper com a indiferença diante das tragédias que assolam o país.