Ministro do STJ nega transações ilícitas após citação em relatório do Coaf; investigações movimentam o Supremo Tribunal Federal

O ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Paulo Moura Ribeiro, se viu no centro de uma polêmica após ser mencionado em um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) por supostas movimentações financeiras atípicas. A negativa do ministro em relação a transações ilícitas foi enfática, atribuindo as suspeitas aos valores recebidos em aulas e palestras, bem como a pagamentos relacionados a uma reforma em um imóvel da família.

O relatório do Coaf, que incluiu menção a Moura Ribeiro, se tornou parte de um inquérito conduzido pela Polícia Federal e enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar suspeitas de vendas de sentenças no STJ. O caso veio à tona por meio da revista Veja, que revelou o envolvimento do ministro nas investigações.

Em uma resposta à Folha de São Paulo, o ministro reiterou sua inocência, destacando sua extensa carreira de 41 anos na magistratura e no ensino jurídico, sem nunca ter sido acusado de qualquer desvio de conduta. Ele demonstrou indignação com a exposição na imprensa de supostas movimentações financeiras não usuais, expressando confiança de que as investigações irão esclarecer os fatos e a justiça prevalecerá.

A menção de um indivíduo em um relatório do Coaf não implica necessariamente a ocorrência de um crime, mas pode servir como base para investigações mais aprofundadas. As suspeitas que envolvem o STJ tiveram início após o assassinato de um advogado em Mato Grosso, fato que levou ao afastamento de dois desembargadores do Tribunal de Justiça local pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

As investigações iniciaram-se a partir de processos de disputas de terras em andamento no TJ de Mato Grosso e ganharam força com suspeitas de vendas de decisões envolvendo ministros do STJ. O caso se tornou ainda mais complexo com a atuação de um juiz em Cuiabá durante a apuração, levando o CNJ a intervir para preservar a integridade das provas e garantir a imparcialidade do processo.

Diante de um cenário repleto de incertezas e repercussões, o presidente do STJ, Herman Benjamin, anunciou a identificação de indícios de venda de decisões envolvendo um servidor, que acabou sendo afastado. Um processo administrativo disciplinar foi aberto para apurar o caso, demonstrando a seriedade das investigações em curso no âmbito do judiciário brasileiro.

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