Ministro do STF mantém suspensão do pagamento de emendas parlamentares consideradas “orçamento secreto” após audiência de conciliação

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino manteve a suspensão do pagamento de emendas parlamentares RP8 e RP9, conhecidas como “orçamento secreto”, em decisão tomada nesta quinta-feira (10). A medida foi resultado de uma audiência de conciliação realizada pela manhã entre representantes do Congresso e do Executivo.

Dino fundamentou sua decisão no fato de que os representantes do Congresso não apresentaram informações específicas e precisas que comprovassem o cumprimento da determinação da Corte para o fim das emendas do orçamento secreto. Segundo o ministro, a liberação das emendas só acontecerá quando medidas de transparência e rastreabilidade dos recursos forem plenamente adotadas pela Câmara e pelo Senado.

O ministro destacou que a plena execução das emendas parlamentares no exercício de 2024 continuará inviável até que os Poderes Legislativo e Executivo estejam em total conformidade com a ordem constitucional e as decisões do STF.

A decisão do STF em relação às emendas RP8 e RP9 como inconstitucionais foi proferida em dezembro de 2022. Em resposta, o Congresso Nacional aprovou uma resolução alterando as regras de distribuição de recursos por emendas de relator para cumprir a determinação da Corte. No entanto, o Psol, partido responsável pela ação contra as emendas, apontou que a decisão permanece em descumprimento.

Após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, Flávio Dino assumiu a condução do caso. Em agosto deste ano, o ministro determinou a suspensão das emendas e exigiu critérios de rastreabilidade nos repasses, além de solicitar uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) nos repasses realizados pelos parlamentares por meio das emendas do orçamento secreto. A decisão de Dino ressalta a importância da transparência e integridade na utilização dos recursos públicos, reforçando assim a fiscalização e o cumprimento das normas constitucionais.

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