Ministro de Minas e Energia nega favorecimento a grupo J&F em medida provisória que beneficia Amazonas Energia

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está no centro de uma polêmica envolvendo a empresa Âmbar Energia, do Grupo J&F. Em entrevista à GloboNews, Silveira afirmou que se encontrou apenas duas vezes com Marcelo Zanatta, presidente da Âmbar, e que não discutiram a Medida Provisória 1.232/24, que beneficiaria a empresa. No entanto, registros revelam que executivos da Âmbar foram recebidos 17 vezes no ministério, fora da agenda oficial, antes da edição da medida provisória.

Essas reuniões ocorreram entre junho de 2023 e maio deste ano e envolveram não só o ministro Silveira, mas também outros integrantes do ministério. A última reunião entre Silveira e o presidente da Âmbar aconteceu em 29 de maio, uma semana antes de o texto da medida provisória ser enviado à Casa Civil. Curiosamente, nenhum desses encontros aparece na agenda oficial do ministro, o que levanta questionamentos sobre a transparência das relações entre o governo e a empresa.

Silveira se defende, alegando que a operação entre Âmbar e Amazonas Energia e a publicação da MP ocorreram em datas próximas, mas nega qualquer favorecimento. Ele argumenta que a norma foi publicada dentro de um cronograma estipulado pelo ministério e que o objetivo é apenas rebalancear os custos do setor elétrico, sem repassar os R$ 9 bilhões devidos pela Amazonas Energia aos consumidores.

No entanto, especialistas do setor alertam que os custos para os consumidores podem aumentar significativamente devido à forma como a MP foi redigida. Os contratos de fornecimento das térmicas com a Amazonas Energia serão pagos por meio da Conta de Energia de Reserva, gerando um impacto financeiro considerável para todos os consumidores de energia no Brasil.

Diante dessas controvérsias, Silveira enfrenta críticas e questionamentos sobre suas relações com a Âmbar Energia e a influência da empresa sobre a elaboração da MP. A transparência e a lisura do processo estão em xeque, colocando em dúvida a conduta do ministro e a integridade das políticas energéticas do governo. A sociedade espera por esclarecimentos e por uma investigação aprofundada sobre esse caso.

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