Ministro da Fazenda discutirá com Congresso medida que limita uso de créditos tributários para desoneração da folha de pagamento

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta sexta-feira (7/6) que o governo irá discutir com o Congresso a medida provisória que restringe o uso de créditos tributários relacionados ao PIS/Cofins pelas empresas. Essa medida tem como objetivo compensar a desoneração da folha de pagamento de empresas e municípios. De acordo com Haddad, nos últimos três anos, o gasto tributário com essa ferramenta aumentou quase 300%, o que levou o governo a considerar uma correção dessa distorção na carga tributária.

Em entrevista após deixar o escritório do ministério em São Paulo, Haddad afirmou que buscará uma compensação para a desoneração em diálogo com os líderes do Congresso. A desoneração da folha foi reafirmada pelo Congresso Nacional e o governo precisa considerar essa decisão do Supremo Tribunal Federal na elaboração de medidas tributárias.

Atualmente, as empresas conseguem acumular créditos por meio de distintas ferramentas que reduzem o montante de tributos a serem pagos. O governo pretende limitar o uso dessas compensações, que totalizaram R$ 53,8 bilhões em estoque para restituição apenas no primeiro trimestre deste ano. A Fazenda estima que a impacto da desoneração da folha em 2024 será de R$ 26,3 bilhões, enquanto a medida de compensação poderá arrecadar até R$ 29,2 bilhões.

Apesar do anúncio da medida ter gerado críticas por parte de parlamentares e empresários, Haddad ressaltou que houve um “mal-entendido” sobre os efeitos da MP. Ele esclareceu que as indústrias não serão afetadas e que o texto não impactará as finanças no curto prazo. O ministro destacou ainda que a Receita Federal lançará um sistema, na próxima semana, para que as empresas informem os abatimentos obtidos de forma mais clara.

Além disso, Haddad enfatizou a necessidade da publicação rápida da medida para evitar a volta ao regime convencional de pagamento de impostos pelas empresas beneficiadas pela desoneração da folha. Ele também mencionou a intenção do governo em publicar um decreto ainda em junho regulamentando a mudança da meta de inflação para um modelo contínuo. Essas ações visam corrigir distorções e garantir maior transparência no sistema tributário brasileiro.

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