Durante seu discurso de posse, a nova presidente do CNDH apontou diversas realidades de desrespeito aos direitos humanos no Brasil. Ela destacou a proteção de defensores de direitos humanos, ambientalistas e comunicadores como prioridade em seu mandato. Marina Ramos lamentou o fato dos direitos humanos não chegarem a pessoas que defendem o direito de suas comunidades e que acabam pagando com suas próprias vidas.
A advogada alertou para violências cometidas contra pessoas submetidas a trabalhos análogos à escravidão, ameaças aos povos originários e populações indígenas, mortes de pessoas negras por agentes públicos, além de tortura e maus tratos nas prisões do país. Ela defendeu ainda a necessidade de reforçar a autonomia do órgão, destacando a importância do Conselho Nacional de Direitos Humanos.
O ministro Silvio Almeida reforçou o compromisso de lutar pela vida digna dos cidadãos e pelo futuro dos brasileiros que ainda virão, destacando o papel do Conselho Nacional de Direitos Humanos no Brasil. Ele agradeceu o trabalho realizado pelo ex-presidente do CNDH, André Carneiro Leão, e ofereceu apoio à advogada.
O Conselho Nacional de Direitos Humanos foi criado em 2014, pela Lei 12.986, com o objetivo de promover a defesa dos direitos humanos previstos na Constituição Federal de 1988 e em tratados internacionais assinados pelo Brasil. O órgão conta com 20 conselheiros representantes do poder público e da sociedade civil, além do presidente e do vice, e tem como função acompanhar e denunciar casos de ameaça e violação de direitos humanos.
A posse da nova presidente do CNDH contou com apresentações culturais, como rap, violão, declamação de poesia e palavras de ordem. A chegada de Marina Ramos ao comando do conselho é vista como um marco histórico, não apenas por suas qualidades pessoais, mas também por representar a primeira mulher vinda dos movimentos sociais a ocupar o cargo.