Ministra do STF nega pedido do governo de Alagoas para invalidar acordos da Braskem em Maceió

A Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, negou o pedido do governo de Alagoas para invalidar trechos dos acordos extrajudiciais assinados pela Braskem com órgãos públicos a partir de 2019. Os pactos foram firmados com o Ministério Público Federal (MPF) e estadual (MPA), as defensorias Pública da União (DPU) e de Alagoas (DPE) e a prefeitura de Maceió, onde a empresa petroquímica se comprometeu a reparar danos materiais e socioambientais causados a milhares de moradores da região.

Desde 2018, moradores de bairros de Maceió tiveram que abandonar suas casas devido ao afundamento do solo provocado pela atividade da Braskem. Em dezembro de 2023, o governo estadual recorreu ao STF alegando que os acordos não permitiam a reparação integral dos danos e autorizavam a empresa a explorar a região afetada.

A Ministra Cármen Lúcia considerou que a opção da Adpf não era adequada para o caso e pontuou que os acordos foram firmados de forma legítima e participativa. Ela destacou a abertura para novas discussões e reparos em caso de novos danos ou eventos.

O problema do afundamento do solo em Maceió tem raízes em décadas de extração de sal-gema pela Braskem, que iniciou as operações em 1976. Em 2019, a empresa parou a extração de sal-gema após constatações de afundamento e passou a importar sal marinho para sua produção.

Recentemente, a Justiça Federal em Maceió também rejeitou um pedido do governo de Alagoas para revisar um acordo de indenização entre a Braskem e a prefeitura da capital. O acordo, avaliado em R$ 1,7 bilhão, busca compensar os danos causados à população pelos efeitos da extração de sal-gema.

A decisão da Ministra Cármen Lúcia reflete a complexidade e sensibilidade do caso envolvendo a Braskem e os moradores de Maceió, colocando em destaque a necessidade de garantir justiça e reparação adequadas para as comunidades impactadas pela atividade da empresa.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo