Entre os produtos anunciados estão receitas para alívio dos sintomas da menopausa, um “Ozempic natural” para perda de peso e até mesmo um “pozinho que cura cegueira”. O Cremesp também encaminhou um documento à Polícia Civil solicitando a abertura de um inquérito policial para investigar possível exercício ilegal da medicina, estelionato, charlatanismo e curandeirismo.
Os vídeos promocionais geralmente apresentam os atores se passando por médicos experientes e divulgando produtos com supostas propriedades terapêuticas, sem informar claramente que se trata de uma ficção. Segundo Angelo Vattimo, presidente do Cremesp, a propaganda desses produtos por pessoas não autorizadas é considerada um problema grave, pois médicos não têm permissão para vender produtos.
Os relatos dos anúncios foram recebidos pelo conselho por meio de seu canal de denúncias. Um dos casos mencionados envolve um homem que se identifica como médico endocrinologista e promove um produto chamado Night Slim para emagrecimento, afirmado ser aprovado pela Anvisa. No entanto, a Anvisa negou a existência de um medicamento registrado com esse nome e identificou que o número profissional e o nome utilizados pertencem a um médico ginecologista do Rio de Janeiro.
A Meta, responsável pela tecnologia do Facebook e Instagram, declarou que atividades enganosas e fraudulentas não são permitidas em suas plataformas e incentivou os usuários a denunciarem conteúdos que considerem inadequados. O Cremesp aconselha os pacientes a não se deixarem levar por propagandas sensacionalistas de medicamentos e suplementos, recomendando o uso do Guia Médico disponível em seu site para verificar a veracidade das informações e especialidades dos profissionais. Também é importante pesquisar sobre os produtos antes de comprá-los e verificar a reputação da empresa vendedora no Reclame Aqui. Em caso de uso indevido de informações por terceiros, o conselho orienta os profissionais a comunicarem o fato ao Conselho Regional de Medicina e registrarem um boletim de ocorrência.