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Ministério Público denuncia PMs por abordagem racial de adolescentes em Ipanema, no Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, um caso de abordagem policial chamou a atenção da opinião pública e resultou em denúncia do Ministério Público. Os policiais militares Luiz Felipe dos Santos Gomes e Sergio Regattieri Fernandes Marinho foram acusados de ameaça e constrangimento ilegal após abordarem quatro adolescentes, sendo três deles negros, em Ipanema.

O episódio ocorreu em julho deste ano e envolveu filhos de embaixadores africanos e de um diplomata canadense, além de um adolescente brasileiro branco. Segundo relatos, os policiais abordaram os jovens de forma truculenta, com armas em punho, obrigando-os a encostar em uma parede para uma revista humilhante, que incluiu a exposição das partes genitais.

Durante a abordagem, os policiais teriam alertado os adolescentes sobre a prática de crimes na região e ameaçado com futuras revistas ainda mais agressivas. O caso foi amplamente divulgado e gerou indignação, com o jornalista Ricardo Noblat denunciando a violência racista sofrida pelos jovens.

Câmeras de segurança registraram o momento da abordagem, que ocorreu após relatos de um roubo na região. A Polícia Civil, que inicialmente não identificou racismo na ação dos policiais, concluiu depois que a abordagem foi inadequada e discriminatória.

Os adolescentes, vindos de Brasília para passar férias no Rio de Janeiro, acabaram sendo vítimas de abuso de autoridade pelas forças de segurança. O Itamaraty pediu desculpas pelos constrangimentos e o governador do estado, Cláudio Castro, criticou a postura dos policiais e prometeu investigar o caso.

Diante das denúncias do Ministério Público, os policiais envolvidos podem responder criminalmente pelos atos cometidos durante a abordagem dos adolescentes, refletindo a urgente necessidade de combate ao racismo e abuso de poder nas instituições de segurança pública.

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