Ministério da Justiça e Segurança Pública amplia rigor de acesso à pasta após encontro controverso com esposa de líder do Comando Vermelho.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública vem adotando medidas mais rígidas para o acesso de pessoas à pasta, após membros do primeiro escalão receberem a esposa de um homem apontado como líder do Comando Vermelho no Amazonas. As novas regras estabelecem que o agendamento de compromissos na pasta deve ser feito com 48 horas de antecedência, via e-mail institucional, e incluir o CPF de cada participante. Caso não haja agendamento prévio, a pessoa será recebida na recepção e passará por identificação.

A advogada Janira Rocha, responsável por solicitar uma reunião no Ministério da Justiça, alegou que há uma exploração política sobre o caso. A reunião em questão contou com a participação de Luciane Barbosa Farias, casada com Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas, suspeito de ser um dos principais criminosos do Amazonas.

A situação gerou repercussão negativa e culminou em uma atitude do ministro da Justiça, que lançou a Força Penitenciária Nacional, uma corporação ligada à Secretaria Nacional de Políticas Penais. Durante o evento de lançamento, o ministro não participou da entrevista coletiva, deixando o secretário de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, sozinho para dar explicações.

Vaz revelou que o ministro o repreendeu por não ter feito uma verificação mais profunda das pessoas que recebera. O secretário assumiu a responsabilidade pelo ocorrido e expressou seu lamento pelo episódio.

O tema da segurança pública tem sido uma preocupação crescente do governo desde a posse do presidente Lula. Alguns estados comandados por aliados do presidente enfrentaram ondas de violência, como a Bahia, que registrou uma série de mortes pela Polícia Militar em setembro. Diante disso, o ministro Dino anunciou um plano de enfrentamento ao crime organizado, mas ainda não detalhou como a proposta será implementada.

A falta de uma resposta efetiva do Ministério da Justiça e Segurança Pública colocou Dino sob escrutínio, reacendendo o debate sobre a divisão do ministério em duas pastas separadas. A situação reforçou a importância da atuação governamental no enfrentamento da violência e do crime organizado, evidenciando a necessidade de medidas mais eficazes para lidar com esses desafios.

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