Em entrevista à Agência Brasil, Dudena ressaltou a importância de estabelecer parcerias com outros órgãos do governo para tratar adequadamente da questão do vício em jogos eletrônicos. Ele mencionou que a Secretaria de Atenção Secundária do Ministério da Saúde será responsável por conduzir o diagnóstico e propor medidas para mitigar os efeitos nocivos das apostas online, podendo contar com a colaboração de outras secretarias da pasta.
A viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a Nova York, e da ministra da Saúde, Nisia Trindade, a Washington, adiou a constituição do grupo de trabalho. No entanto, Dudena assegurou que a interação entre os ministérios envolvidos é essencial para fortalecer as ações de regulação desse setor.
O secretário também abordou as críticas recebidas em relação à falta de consideração das sugestões de profissionais de saúde na regulamentação das apostas eletrônicas. Ele enfatizou que o Ministério da Fazenda tem realizado reuniões para debater o tema e que diversas recomendações de especialistas já foram incorporadas nas portarias vigentes, como a proibição do uso de cartão de crédito e a necessidade de identificação dos jogadores.
Além disso, os ministérios da Fazenda e da Saúde estão participando de um grupo de trabalho do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, que investigará o uso de recursos do Bolsa Família em apostas online. O objetivo é apresentar propostas para coibir a utilização inadequada dos recursos do programa e garantir que o Bolsa Família continue sendo um instrumento eficaz de combate à pobreza e à insegurança alimentar.
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Social enfatizou que a prioridade dos programas de transferência de renda é garantir a segurança alimentar e atender às necessidades básicas das famílias em situação de vulnerabilidade. O foco é combater a fome e promover a dignidade para os mais necessitados, reforçou o ministério.
Por fim, o Banco Central divulgou uma nota técnica analisando o mercado de apostas online no país. O levantamento apontou que em agosto foram transferidos cerca de R$ 21 bilhões para sites de apostas, sendo que uma parcela significativa desses valores foi proveniente de beneficiários do Bolsa Família. O governo estuda mecanismos para impedir a utilização dos recursos do programa em jogos de azar, diante da preocupação com o aumento dessas práticas prejudiciais à saúde mental.
Dessa forma, o governo busca agir de forma integrada para enfrentar os desafios relacionados às apostas eletrônicas e garantir a proteção da saúde mental dos jogadores, especialmente dos mais vulneráveis.