Ministério da Cultura venezuelano repudia feminicídio da artista Julieta Hernández e pede colaboração brasileira

Noite desta segunda-feira (8/1) foi marcada por um fato trágico que chocou a população da Venezuela. O Ministério da Cultura venezuelano emitiu um comunicado repudiando o feminicídio da artista circense Julieta Hernández, morta com requintes de crueldade em Presidente Figueiredo, no estado do Amazonas, no Brasil. A mensagem, divulgada pelo ministro Ernesto Villegas, pede por punição exemplar para os responsáveis por este “crime abominável”, ao mesmo tempo que agradece às autoridades brasileiras pela colaboração na repatriação do corpo da artista.

Julieta Hernández, de 38 anos, era fundadora da Rede Venezuelana de Palhaços e foi homenageada por colegas da profissão. A venezuelana dedicou sua vida a levar alegria e encantamento por meio de suas apresentações circenses em comunidades carentes, percorrendo diversas cidades brasileiras com sua bicicleta.

Após o crime, uma série de protestos estão previstos em diversas cidades do Brasil, programados para a noite de sexta-feira (12/1). No entanto, até o momento não foram agendados atos na Venezuela. A antropóloga Nashla Báez destacou que, embora o crime tenha gerado comoção, a mobilização popular em torno do caso é limitada devido à dinâmica venezuelana e à recente onda de violência enfrentada pelos imigrantes venezuelanos em outros países.

A morte de Julieta Hernández é apenas um exemplo dos perigos e vulnerabilidades enfrentados pelos imigrantes venezuelanos. Segundo a Organização das Nações Unidas, mais de sete milhões de pessoas saíram do país, com cerca de 414 mil se estabelecendo no Brasil. Os imigrantes, especialmente mulheres e crianças, enfrentam desafios como insegurança psicológica, social e econômica ao deixar a Venezuela, sendo ainda mais vulneráveis em países receptores.

Gabriela Buada, diretora do observatório Caleidoscópio Humano, ressaltou a necessidade de proteger os direitos e a integridade das mulheres imigrantes. Ela enfatizou a importância de se observar a violência de gênero e de fornecer proteção para prevenir a ocorrência desses casos.

Julieta Hernández era uma artista querida e respeitada, que dedicou sua vida a encantar e alegrar públicos de todas as idades por onde passava. Seus amigos e colegas de profissão estão profundamente consternados com sua morte, e uma série de homenagens foram feitas em sua memória, tanto no Brasil quanto na Venezuela. A trágica morte de Julieta Hernández é um alerta para a importância de proteger os direitos e a integridade das mulheres imigrantes, e para a necessidade de prevenir a violência de gênero.

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