Julieta Hernández, de 38 anos, era fundadora da Rede Venezuelana de Palhaços e foi homenageada por colegas da profissão. A venezuelana dedicou sua vida a levar alegria e encantamento por meio de suas apresentações circenses em comunidades carentes, percorrendo diversas cidades brasileiras com sua bicicleta.
Após o crime, uma série de protestos estão previstos em diversas cidades do Brasil, programados para a noite de sexta-feira (12/1). No entanto, até o momento não foram agendados atos na Venezuela. A antropóloga Nashla Báez destacou que, embora o crime tenha gerado comoção, a mobilização popular em torno do caso é limitada devido à dinâmica venezuelana e à recente onda de violência enfrentada pelos imigrantes venezuelanos em outros países.
A morte de Julieta Hernández é apenas um exemplo dos perigos e vulnerabilidades enfrentados pelos imigrantes venezuelanos. Segundo a Organização das Nações Unidas, mais de sete milhões de pessoas saíram do país, com cerca de 414 mil se estabelecendo no Brasil. Os imigrantes, especialmente mulheres e crianças, enfrentam desafios como insegurança psicológica, social e econômica ao deixar a Venezuela, sendo ainda mais vulneráveis em países receptores.
Gabriela Buada, diretora do observatório Caleidoscópio Humano, ressaltou a necessidade de proteger os direitos e a integridade das mulheres imigrantes. Ela enfatizou a importância de se observar a violência de gênero e de fornecer proteção para prevenir a ocorrência desses casos.
Julieta Hernández era uma artista querida e respeitada, que dedicou sua vida a encantar e alegrar públicos de todas as idades por onde passava. Seus amigos e colegas de profissão estão profundamente consternados com sua morte, e uma série de homenagens foram feitas em sua memória, tanto no Brasil quanto na Venezuela. A trágica morte de Julieta Hernández é um alerta para a importância de proteger os direitos e a integridade das mulheres imigrantes, e para a necessidade de prevenir a violência de gênero.