O próprio Milton Leite anunciou que esta seria a sua última legislatura como vereador, afirmando que não retornaria ao cargo em 2025. Em seu discurso, destacou a importância de deixar a Casa pacificada diante das eleições municipais do ano seguinte. Já a vereadora Luana Alves ressaltou a relevância da alternância de poder e defendeu a presença de uma mulher no comando do Legislativo paulistano, algo que até o momento não aconteceu na história da cidade.
Milton Leite, que está em seu sétimo mandato consecutivo desde 1997, tem como base eleitoral a zona sul da capital, onde também é patrono da escola de samba Estrela do Terceiro Milênio. Ele assume o cargo de prefeito no caso da ausência do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), uma vez que a cidade não conta com um vice-prefeito desde a gestão anterior.
Ao longo de sua carreira parlamentar, Leite se consolidou como uma figura influente no transporte público, mantendo relações estreitas com as empresas de ônibus que operam na capital. Em novembro do ano passado, ele assinou um decreto que ampliou o subsídio para essas empresas durante seu período como prefeito em exercício.
A influência política de Leite também é percebida em sua família, com seus dois filhos ocupando cargos no Legislativo. Milton Leite Filho exerce o quarto mandato na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), enquanto Alexandre Leite é deputado federal.
Internamente, o vereador é próximo dos procuradores legislativos, considerados a elite do funcionalismo municipal, com salários que ultrapassam o teto constitucional.
Além disso, Leite tem liderado as negociações sobre a privatização da Sabesp no âmbito municipal, se pronunciando sobre o assunto em reuniões com empresários no fim de novembro. Seu papel no processo de privatização e sua forte influência no transporte público o tornam uma figura central na política paulistana.