Além dos quatro guardas, outros cinco homens foram denunciados pelo Gaeco, incluindo três GCMs, por formarem uma organização criminosa envolvida no comércio ilegal de armas pesadas e munições no centro de São Paulo. Os crimes citados incluem organização criminosa, comércio ilegal de armas de fogo e falsificação de produtos medicinais, como a venda do remédio Citotec, utilizado para aborto.
A Operação Salus et Dignitas foi deflagrada na semana passada, contando com a participação de várias forças policiais e órgãos de fiscalização. O objetivo da operação era combater as atividades ilícitas na região central de São Paulo e romper com o domínio do Primeiro Comando da Capital (PCC) nesse território.
As investigações lideradas pelo Gaeco revelaram uma série de delitos interconectados na região, incluindo corrupção, tráfico de drogas, venda ilegal de armas, exploração sexual, lavagem de dinheiro, receptação de roubos e furtos, e trabalho em condições análogas à escravidão.
Durante uma entrevista coletiva, o prefeito Ricardo Nunes afirmou desconhecer a existência de milícias atuando na cidade e que os problemas apontados pela investigação não são generalizados na GCM. A Prefeitura de São Paulo informou que protocolou um pedido para ingressar como assistente de acusação no processo dos servidores envolvidos, com alguns deles já exonerados e outros afastados até a conclusão do processo.
Entre os denunciados, destaca-se Antonio Carlos Amorim Oliveira, afastado da GCM por suspeitas de exigir taxas de comerciantes para manter usuários de drogas afastados de suas lojas. Ele e outros membros do grupo também estão envolvidos em movimentações financeiras atípicas, recebendo e repassando grandes quantias de dinheiro, incluindo para membros de outras forças de segurança.
No que diz respeito ao comércio ilegal de armas e munições, o ex-GCM Rubens Alexandre Bezerra é apontado como um dos líderes, mantendo tabelas de munições e utilizando seus estacionamentos como locais para a venda ilegal desses produtos. O grupo de acusados também é suspeito de desviar armas recebidas pela corporação por meio de campanhas de desarmamento e de negociar armas e remédios abortivos com criminosos.
As denúncias e desdobramentos da Operação Salus et Dignitas evidenciam a gravidade dos crimes cometidos por esses guardas civis metropolitanos e seus comparsas, colocando em xeque a integridade e a segurança da população na região central de São Paulo. A atuação do Gaeco e das demais forças policiais reflete um esforço conjunto para combater a criminalidade e restaurar a ordem pública na cidade.