O ministro da Defesa, Boris Pistorius, participou de uma manifestação em Osnabrück, no noroeste da Alemanha, que reuniu cerca de 25 mil pessoas, segundo a polícia. Em seu discurso, ele alertou sobre os perigos da extrema direita e disse que a democracia no país está sob pressão. Pistorius abordou em especial o que ele chamou de planos da AfD para mudar o sistema, citando a postura anti-imigração do partido. Ele afirmou que isso significaria voltar aos tempos sombrios de loucura racial, discriminação, desigualdade e injustiça e comparou a situação ao regime de Adolf Hitler.
Outros protestos aconteceram em diversas cidades da Alemanha, como Kiel, Aachen, Frankfurt, e Lübeck, reunindo milhares de manifestantes. A onda de protestos foi desencadeada por uma reportagem do veículo de jornalismo investigativo Correctiv, que revelou que membros da AfD se reuniram com extremistas de direita em Potsdam em novembro para discutir a expulsão de imigrantes e “cidadãos não assimilados”. Os participantes da reunião discutiram a “remigração”, um termo frequentemente usado nos círculos de extrema direita como um eufemismo para a expulsão de imigrantes e minorias.
Essa notícia chocou muitas pessoas na Alemanha, especialmente em um momento em que a AfD está ganhando força nas pesquisas de opinião. Este ano, haverá três importantes eleições estaduais no leste da Alemanha, onde o apoio do partido é mais forte e a legenda tem chances de eleger seu primeiro governador. O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, saudou os protestos que vêm ocorrendo contra a extrema direita e “por democracia, respeito e humanidade”. Ao lembrar a derrota do nazismo, Scholz afirmou: “‘Nunca mais’ requer que todos nós estejamos vigilantes. Nossa democracia não é dada por Deus. Ela é feita pelos homens.”