O manuscrito, escrito em 1985 durante uma conversa entre Prestes e amigos, destaca a importância da estratégia militar adotada pelo líder revolucionário naquela época. Prestes inovou ao utilizar a “guerra de movimento” em vez da tradicional “guerra de posição” praticada pelo Exército, o que permitiu que a Coluna Prestes percorresse mais de 25 mil quilômetros pelo interior do Brasil durante mais de dois anos.
A estratégia de Prestes para romper o cerco em São Luiz Gonzaga foi ousada e bem-sucedida. Ao saber previamente dos planos das tropas governistas, o líder revolucionário optou por retirar seus homens em sete frentes paralelas às dos inimigos, evitando assim o confronto direto. Essa tática inovadora surpreendeu os legalistas, que não encontraram nenhum revolucionário na cidade quando lá chegaram.
No livro “A Coluna Prestes”, escrito pela historiadora Anita Leocádia Prestes, também filha de Luiz Carlos Prestes, são destacados os erros cometidos pelas tropas governistas durante a perseguição à Coluna. A obsessão pelo objetivo geográfico fez com que os legalistas se deslocassem sem manter guardas de flanco, permitindo a fuga dos revolucionários.
Após 61 anos do episódio de São Luiz Gonzaga, em 1985, Prestes reconstituiu a estratégia no manuscrito agora revelado. Apesar de uma pequena imprecisão geográfica no desenho feito por Prestes, o documento é considerado de grande importância histórica. Hoje, 100 anos após o início da Coluna Prestes, poucos vestígios do conflito permanecem na região, como a gruta com a imagem de Nossa Senhora de Lourdes, em São Luiz Gonzaga, que ainda atrai devotos em busca de graças alcançadas.






