Manuscrito grego antigo sobre infância de Jesus descoberto por pesquisadores brasileiro e húngaro na Universidade de Hamburgo

Em uma tarde de verão, os pesquisadores Gabriel Nocchi Macedo e Lajos Berkes estavam em um escritório na Universidade de Berlim, revisando imagens digitalizadas de documentos antigos. O interesse da dupla foi despertado por um papiro em particular, que continha as letras gregas que remetiam ao som de “ies”, provavelmente uma referência a Jesus. A descoberta foi feita através de um meticuloso trabalho de decifragem, com a análise de palavras-chave para compreender o conteúdo do documento.

O papiro encontrado acabou sendo identificado como uma cópia do Evangelho de Tomé Sobre a Infância de Jesus, um texto apócrifo que narra eventos da vida de Jesus entre os 5 e 12 anos, não presentes nos evangelhos canônicos. Esta descoberta é significativa, pois o papiro é datado dos séculos 4º e 5º e representa o mais antigo manuscrito conhecido desse relato.

Durante mais de 18 meses, Macedo e Berkes se dedicaram à análise minuciosa do papiro, examinando suas características físicas e contextuais. O trabalho paleográfico revelou que a escrita não era caligráfica, sugerindo que o autor não era um copista profissional, mas talvez um aprendiz. A falta de informações sobre a origem do papiro levou os pesquisadores a se concentrarem na escrita e na comparatividade com outros documentos para datá-lo.

O texto contido no papiro revela detalhes surpreendentes sobre a infância de Jesus, incluindo o relato do primeiro milagre realizado por ele aos 5 anos. A descoberta foi elogiada por especialistas, como o historiador André Leonardo Chevitarese, que destacou o papel de Macedo na pesquisa, sublinhando a importância de pesquisadores brasileiros no cenário acadêmico internacional.

A repercussão da descoberta enfatiza o valor do papiro como um artefato histórico e teológico, que lança novas luzes sobre a redação e a transmissão de textos religiosos antigos. A contribuição de Macedo e Berkes neste campo da papirologia é celebrada como um marco na pesquisa acadêmica e no entendimento da história cristã primitiva.

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