O papiro encontrado acabou sendo identificado como uma cópia do Evangelho de Tomé Sobre a Infância de Jesus, um texto apócrifo que narra eventos da vida de Jesus entre os 5 e 12 anos, não presentes nos evangelhos canônicos. Esta descoberta é significativa, pois o papiro é datado dos séculos 4º e 5º e representa o mais antigo manuscrito conhecido desse relato.
Durante mais de 18 meses, Macedo e Berkes se dedicaram à análise minuciosa do papiro, examinando suas características físicas e contextuais. O trabalho paleográfico revelou que a escrita não era caligráfica, sugerindo que o autor não era um copista profissional, mas talvez um aprendiz. A falta de informações sobre a origem do papiro levou os pesquisadores a se concentrarem na escrita e na comparatividade com outros documentos para datá-lo.
O texto contido no papiro revela detalhes surpreendentes sobre a infância de Jesus, incluindo o relato do primeiro milagre realizado por ele aos 5 anos. A descoberta foi elogiada por especialistas, como o historiador André Leonardo Chevitarese, que destacou o papel de Macedo na pesquisa, sublinhando a importância de pesquisadores brasileiros no cenário acadêmico internacional.
A repercussão da descoberta enfatiza o valor do papiro como um artefato histórico e teológico, que lança novas luzes sobre a redação e a transmissão de textos religiosos antigos. A contribuição de Macedo e Berkes neste campo da papirologia é celebrada como um marco na pesquisa acadêmica e no entendimento da história cristã primitiva.