Neste último fim de semana, o clima tenso tomou conta das estradas bolivianas, com a presença de manifestantes que fecharam o acesso com pedras e terra. O ponto crítico foi registrado em Parotani, onde houve confrontos com a polícia, que precisou intervir utilizando gás lacrimogêneo, conforme mostram imagens divulgadas pelos organizadores do protesto.
A liderança por trás desses bloqueios é o Pacto de Unidade, uma aliança de organizações ligadas ao ex-presidente Evo Morales, que se mobilizou para proteger a liberdade, integridade e evitar o possível sequestro de Morales. Este movimento foi anunciado em um manifesto, onde os participantes reforçaram a importância da defesa do ex-mandatário, que governou a Bolívia de 2006 a 2019.
Evo Morales está sendo investigado por crimes gravíssimos, como estupro, tráfico e exploração de pessoas. Recentemente, ele não compareceu a uma convocação do Ministério Público de Tarija para prestar depoimento, o que levanta a possibilidade de uma ordem de prisão ser emitida contra ele.
O ex-presidente, atualmente opositor do governo de seu ex-ministro Luis Arce, nega veementemente as acusações e classifica o caso como mais uma mentira, apontando que já foi investigado e arquivado pela Justiça em 2020 sem nenhuma evidência encontrada.
Os protestos nas estradas bolivianas também refletem uma insatisfação com o governo atual, sendo classificado por Morales como um “governo traidor”. As acusações de abuso contra o ex-presidente remontam ao seu período de mandato, em 2015, quando ele supostamente se envolveu com uma menor de 15 anos, resultando no nascimento de uma filha em 2016, de acordo com a denúncia em investigação pelo Ministério Público.
O clima de instabilidade política e social se intensifica na Bolívia, com os ânimos exaltados e uma luta constante pelo esclarecimento e justiça nesse caso envolvendo Evo Morales.