Mama Antula, considerada pioneira na defesa dos excluídos, como indígenas, escravizados, negros e camponeses, teve uma vida de compromisso com os mais desfavorecidos. A cerimônia de canonização foi marcada pela divulgação de dois milagres relatados pelo Vaticano, que foram considerados como os requisitos para iniciar o processo de canonização. Um dos milagres envolveu a cura de uma religiosa em estado terminal devido a uma infecção generalizada, e o outro caso foi a recuperação de um argentino após um derrame, contra o prognóstico médico inicial.
Mama Antula viveu entre 1730 e 1799 e foi uma figura icônica para sua época, inspirando mulheres até os dias atuais. Seu túmulo na monumental basílica neoclássica Nossa Senhora da Piedade, localizado em Buenos Aires, tem sido visitado por um número crescente de pessoas nos últimos tempos. Ela foi uma leiga ligada à Ordem Jesuíta, e sua história oral e documentada mostram sua coragem e rebeldia no sentido positivo.
Apesar de ter sido confundida com uma bruxa ou uma louca, Mama Antula conseguiu reunir diferentes membros da sociedade colonial em sua casa de orações, local que ainda está preservado no bairro Constitución, próximo a uma estação de trem.
Comovida com a situação dos indígenas após a expulsão e o banimento dos jesuítas em 1767, Mama Antula reabriu sua casa espiritual e percorreu as províncias, mesmo sabendo que era uma atividade perigosa. Ela usava sua astúcia feminina em um contexto de proibição, sendo reconhecida pelo bispo e pelo vice-rei, e recebendo permissão para abrir oficialmente sua casa espiritual.
Sua vida de compromisso com os mais desfavorecidos e sua coragem em desafiar as restrições da sociedade colonial espanhola fazem de Mama Antula uma figura inspiradora e digna de devoção, como foi celebrado durante sua canonização.