Essa escolha amplia a influência do ministro Alexandre Silveira no setor de petróleo, pois ele já possui aliados tanto no conselho de administração da Petrobras quanto em instâncias de assessoramento ao comando da empresa. Além disso, Silveira também tem indicados no conselho da PPSA, responsável por gerir as participações da União em campos produtores do pré-sal.
Essa decisão acontece em um momento em que o ministro tem questionado a autonomia das agências reguladoras, especialmente a Aneel, que foi criticada por ele por questões envolvendo a J&F, dos irmãos Batista.
Na última quarta-feira, Silveira chegou a propor o fim dos mandatos para dirigentes de agências, o que é fundamental para garantir a autonomia nas decisões de regulação. Ele defendeu a modernização na relação entre os formuladores de política pública e as agências reguladoras.
Pietro Mendes, indicado por Lula para comandar a ANP, é um funcionário de carreira da ANP e chegou ao MME no governo Bolsonaro, mantendo-se no cargo após a eleição de Lula. Durante o governo anterior, foi responsável pelo programa Renovabio, que incentiva os biocombustíveis.
Sua nomeação para a ANP gerou questionamentos e chegou a ser suspensa pela Justiça devido a possíveis conflitos de interesse entre suas atividades no ministério e na empresa, mas a liminar foi revertida. A indicação do substituto do atual diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, era esperada pelo mercado e deve ser oficializada nos próximos dias, com Saboia tendo mandato até 23 de dezembro.