Lançado pela Companhia das Letras em 2021, o livro apresenta um relato sensível sobre ancestralidade, feminismo e antirracismo, abordando questões relevantes para a formação dos estudantes. A obra, que estava disponível na plataforma Leia SP e era adotada por algumas escolas, foi subitamente retirada sem aviso prévio, causando surpresa e revolta.
Em meio a críticas e questionamentos, a secretaria voltou atrás em sua decisão e anunciou o retorno do livro à plataforma, após uma análise realizada a pedido da rede de ensino. Djamila Ribeiro, em entrevista à Folha, classificou a atitude como arbitrária e contrária aos ideais de uma educação antirracista, ressaltando a importância do debate e da liberdade de expressão no ambiente escolar.
A autora expressou sua perplexidade diante da censura imposta pelo governo, destacando que a obra trata de questões estruturais da sociedade brasileira e é fundamental para o debate sobre temas sensíveis, como feminismo e racismo. Professores e estudantes, por sua vez, manifestaram sua insatisfação com a suspensão da leitura, ressaltando a importância do livro para suas atividades curriculares.
Esse episódio de censura em “Cartas para Minha Avó” remete a outras tentativas semelhantes, como a ocorrida com o livro “O Avesso da Pele”, no Rio Grande do Sul, evidenciando a constante luta contra a censura e a preservação da liberdade de expressão no ambiente educacional. A decisão da Secretaria de Educação de São Paulo de recuar em sua medida restritiva é um indício da força da mobilização em defesa da pluralidade e do respeito às diferentes vozes na sociedade.






