De acordo com Daer, a expectativa de adesão à greve mudou à medida que mais setores foram afetados. O líder sindical destacou que a mobilização deixou de ser exclusiva dos trabalhadores e se tornou uma convocação ampla que envolve trabalhadores, empresários, profissionais da cultura e dos esportes, inquilinos e cientistas. A adesão de diferentes setores sociais reforça a abrangência e a relevância da pauta trabalhista em discussão.
Enquanto a greve se desenrolava, o Congresso debatia um dos projetos mais polêmicos do presidente, que consiste na retomada do imposto sobre o lucro. Esse movimento representou uma contradição em relação aos princípios preconizados pelo governo, que vinha pregando a renunciabilidade desse imposto. O projeto de lei enviado ao Parlamento propõe que mais de 800 mil trabalhadores assalariados voltem a ser incluídos na obrigatoriedade do imposto sobre o lucro, afetando aqueles que recebem pelo menos AR$ 1.350.000 anuais.
Héctor Daer expressou a esperança de que o protesto em frente ao Congresso ofereça respaldo aos deputados para votarem contra a Lei Ônibus, que ainda está em fase de negociação. Por outro lado, o porta-voz do governo, Manuel Adorni, enfatizou em uma coletiva de imprensa que não via motivos para a mobilização, declarando que a maioria dos argentinos se opõe à greve. Ele afirmou que o governo está tomando medidas em favor dos trabalhadores.
A greve e os debates no Congresso refletem as tensões e divergências que marcam a atual conjuntura política e econômica na Argentina. A mobilização liderada pela CGT representa a tentativa de ampliar o apoio em torno das reivindicações trabalhistas, enquanto o governo busca implementar medidas que, em sua visão, beneficiarão a classe trabalhadora. O embate entre as partes evidencia a complexidade e as contradições presentes no cenário político e sindical do país.