Tuíre ficou conhecida em 1989 durante o 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, quando, aos 19 anos, em um ato de resistência contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, confrontou o então presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes, pressionando um facão contra o seu rosto.
Esse evento ganhou destaque internacional, levando à interrupção do projeto da hidrelétrica no Rio Xingu, que foi posteriormente renomeado para Belo Monte. Apesar da batalha indígena, a construção da usina foi autorizada em 2011 pelo Ibama, após 22 anos de adiamento.
A Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa) emitiu uma nota lamentando a morte de Tuíre e destacando seu legado de coragem e determinação na luta pelos direitos indígenas. A Funai também expressou pesar pela perda da líder indígena, ressaltando sua marca na história do país através de atos de resistência.
Nascida em 1970, Tuíre, integrante do povo Mebêngôkre, foi uma das principais ativistas indígenas mulheres, participando de diversas manifestações em defesa da floresta, territórios e direitos indígenas. Em suas últimas declarações públicas, Tuíre convocou o país a lutar contra o Marco Temporal, demonstrando sua dedicação à causa indígena até o fim.
A morte de Tuíre deixa um vazio na luta dos povos indígenas, porém, seu legado de resistência e coragem continuará inspirando gerações futuras na defesa dos direitos dos povos originários do Brasil.