Líder do Comando Vermelho, Wilton Quintanilha, conhecido como Abelha, é procurado no Rio de Janeiro, mas pode ficar solto fora do estado

Um dos líderes mais procurados do Comando Vermelho no Rio de Janeiro, Wilton Quintanilha, mais conhecido como Abelha, pode ficar em liberdade se conseguir sair do estado. Apesar de ser considerado foragido pela Justiça fluminense, seu nome não consta no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). A Folha de São Paulo entrou em contato com o Tribunal de Justiça e foi informada de que as informações foram incluídas no sistema, porém, ainda não estavam disponíveis no momento da reportagem.

O BNMP é responsável por reunir todos os mandados de prisão do país, o que significa que, se Abelha for reconhecido por uma autoridade fora do estado do Rio, poderá ser preso. No entanto, apenas a consulta por meio de documentos permite saber se ele está sendo procurado, já que seu nome não aparece como foragido fora do Rio.

No banco de dados das polícias do Rio de Janeiro, constam três mandados de prisão preventiva ativos para Abelha. A Polícia Civil informou que solicitará à Polinter, a Divisão de Capturas da Polícia Interestadual, que apure junto ao sistema nacional o motivo da ausência dos pedidos de prisão.

Abelha chamou atenção em 2021 quando saiu da prisão mesmo tendo um mandado de prisão ativo. O traficante havia cumprido 19 anos de prisão, incluindo uma passagem por um presídio federal, e ainda tinha 18 anos a cumprir por um homicídio. A Secretaria de Administração Penitenciária alegou que houve falha de comunicação entre o Judiciário e o complexo penal. Ao sair da prisão, Abelha foi recebido com festa no Complexo da Penha, zona norte do Rio, e as câmeras do presídio registraram um aperto de mão entre ele e o então secretário de Administração Penitenciária, Raphael Montenegro.

Abelha é apontado como padrinho na prisão de Edgar Alves, conhecido como Doca ou Urso, que é apontado como chefe da quadrilha no conjunto de favelas. Juntos, eles teriam iniciado uma expansão para a zona oeste do Rio, coordenando invasões a áreas de milícia. O objetivo dos criminosos é controlar o território de Rio das Pedras, berço da primeira milícia do estado.

Atualmente, Abelha possui um mandado de prisão por associação ao tráfico e dois por homicídios. Um dos homicídios se refere ao assassinato de Ana Cristina Silva, que protegia seu filho de três anos quando foi atingida durante uma invasão do Comando Vermelho a uma favela rival.

Em liberdade, Abelha costuma frequentar bailes funks e fundou um time de futebol em homenagem ao filho que morreu em uma operação policial. Ele também é suspeito de participar do “tribunal do tráfico” que teria decidido pela morte dos supostos assassinos de um grupo de médicos em um quiosque na Barra da Tijuca.

A polícia continua investigando a possível participação de Abelha em atividades criminosas e monitorando sua movimentação. A prisão do traficante é considerada uma prioridade para as autoridades.

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