Levantamento aponta que 33% dos prefeitos foram condenados por improbidade administrativa desde 1995.

Um estudo realizado pelo Movimento Pessoas à Frente revelou que, desde 1995, 7.901 prefeitos e ex-prefeitos foram condenados por improbidade administrativa. Esse número corresponde a 33% do total de 23.800 indivíduos punidos com base na lei de 1992, a qual passou por alterações em 2021 pelo Congresso Nacional.

Além dos prefeitos, 1.156 vereadores (5%) também foram enquadrados judicialmente de acordo com a mesma legislação, mostrando que a esfera municipal é foco principal dessas ações. Secretários municipais ocupam a terceira posição no ranking, com 895 (4%) condenações, seguidos por assessores (264), policiais (224), professores (156) e vice-prefeitos e ex-vice-prefeitos (130).

O levantamento aponta que, em alguns casos, não foi possível identificar o cargo de 8.788 pessoas, correspondendo a 37% do total. Outros 4.297 casos (18%) envolvem categorias não especificadas.

O estudo indica que a primeira condenação definitiva ocorreu em 1995 e, a partir de 2000, as punições aumentaram anualmente, com exceções em 2012 e 2013. Os anos de 2018 e 2019 se destacaram, com mais de 2.000 casos de processos condenatórios definitivos registrados.

A maioria das condenações está relacionada a danos ao erário (27,6% do total) e violações dos princípios administrativos (25,3%). A modificação na legislação feita em 2021 passou a exigir que o Ministério Público comprove o dolo dos agentes públicos de forma inequívoca, gerando críticas por parte de juízes e promotores.

Vera Monteiro, advogada e professora de direito administrativo, destaca a necessidade de uma atuação mais qualificada dos promotores e procuradores na apuração dos fatos, em meio às mudanças na Lei de Improbidade Administrativa. A transparência nos atos dos Ministérios Públicos também é apontada como um ponto a ser melhorado.

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