Lessa admitiu que o silenciador provavelmente estava entre as peças de armas que ele mantinha em um apartamento no Pechincha, zona oeste do Rio de Janeiro. Após sua prisão, em março de 2019, pessoas ligadas a Lessa foram ao local para descartar possíveis evidências. O ex-policial afirmou aos investigadores que acredita que o silenciador estava junto com as peças que foram descartadas.
O acordo de colaboração premiada feito por Lessa com a Polícia Federal o levou a confessar ter sido o autor dos disparos que vitimaram Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Além disso, apontou o conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão e o deputado federal Chiquinho Brazão como mandantes do crime, algo que ambos negam veementemente.
A Operação Submersus, que identificou a tentativa de descarte de armas no mar, foi tema de uma parte da delação de Lessa. Ele e outras cinco pessoas foram condenadas por este ato. Menos um deles, Suel, que segundo Lessa, não participou dessa operação.
Lessa afirmou que seu objetivo ao pedir que os objetos fossem retirados do apartamento era encontrar uma quantia em dinheiro e jogar o restante fora. No entanto, ele reconhece que o grupo pode ter interpretado de forma errada sua solicitação.
Além disso, Lessa admitiu ter adquirido o silenciador de ruídos de um ex-PM, Alexandre Lins de Medeiros, conhecido por ser um armeiro de traficantes. A submetralhadora e as munições utilizadas no crime foram fornecidas por Edmilson de Oliveira, o Macalé, ligado aos irmãos Brazão.
Por fim, Lessa afirmou que devolveu a arma e as munições restantes a Robson Calixto, assessor de Brazão, e a Marcus Vinicius Reis Santos, miliciano de Rio das Pedras. Com isso, a investigação sobre o assassinato de Marielle Franco ganha mais um capítulo, com revelações importantes feitas por Lessa em sua delação premiada.