Juros futuros sobem com aversão a risco e impacto das commodities em economias emergentes, enquanto dólar se mantém volátil

Os juros futuros apresentaram alta nesta terça-feira, 23, influenciados pela aversão ao risco que impactou ativos de economias emergentes de maneira geral, devido às perdas nas commodities. Nesse cenário, em um dia com poucos destaques no noticiário ou na agenda econômica, as taxas acompanharam de perto a movimentação do câmbio, com o dólar chegando a alcançar os R$ 5,60 nas máximas. Enquanto isso, os Treasuries se mantiveram comportados ao longo do dia.

Ao final das negociações, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 10,670%, enquanto a do DI para janeiro de 2026 ficou em 11,50%. Já o DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 11,77% e o DI para janeiro de 2029 atingiu uma taxa de 12,08%.

No Brasil, o mercado de juros teve a atenção desviada para o cenário internacional, devido à falta de novidades locais. A liquidez mais fraca durante o mês de julho, com muitos investidores em período de férias, também foi um fator que impactou as negociações. A queda das commodities levou à queda das moedas emergentes em relação ao dólar, que chegou a bater R$ 5,60 no Brasil durante o dia.

No âmbito fiscal, os investidores estão monitorando de perto as ações do governo. Há desconfianças de que a meta fiscal deste ano não seja mais neutra, mas permita um déficit de até 0,25% do PIB. O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, afirmou que a equipe econômica está buscando o “melhor resultado possível” para a meta, sem se comprometer com um número específico.

Diante desse cenário, os rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos se mantiveram estáveis, enquanto o mercado aguarda a oficialização de Kamala Harris como candidata democrata à presidência. No entanto, apesar da estabilidade no exterior, o mercado brasileiro de juros e câmbio foram impactados principalmente pela situação econômica interna e pelas incertezas fiscais.

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