Para Wagner, a politização das Forças Armadas é um problema sério e os militares não devem se tornar agentes políticos dentro da instituição. Ele ressaltou a necessidade de separar as esferas militar e política, afirmando que agentes armados não devem estar a serviço de projetos políticos.
O senador apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no Senado, com o apoio do Ministério da Defesa, que visa restringir a candidatura de militares. De acordo com a PEC, os militares das Forças Armadas só poderão passar para a reserva remunerada se tiverem mais de 35 anos de serviço. Caso não atinjam esse tempo, serão encaminhados para a reserva não remunerada ao registrar a candidatura.
Além disso, Wagner abordou a questão das Forças Armadas em relação à democracia, destacando que a tentativa de golpe no Brasil mostrou a conivência de alguns setores, mas ressaltou que a maioria dos militares respeitou seus deveres constitucionais, fortalecendo a democracia no país.
O senador também criticou a interpretação do artigo 142 da Constituição como uma possibilidade de intervenção militar, classificando-a como “completamente estapafúrdia”. Ele citou as recentes tentativas de golpe na Bolívia como alerta para o papel das Forças Armadas nas democracias, destacando a importância da separação entre militarismo e política.
O painel “Forças Armadas na Democracia” contou com a participação de outros ex-ministros da Defesa, como Raul Jungmann e Nelson Jobim, e serviu como espaço para debater a relação entre as Forças Armadas e a democracia em diversos países.