Repórter São Paulo – SP – Brasil

Iranian officials block family of late activist from traveling to France to receive Sakharov Prize 2023

As autoridades iranianas estão novamente na mira da comunidade internacional por impedirem os pais e o irmão de Mahsa Amini, uma jovem curda de 22 anos, de viajarem à França para receber o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Consciência 2023. O prêmio foi atribuído ao movimento “Mulheres, Vida, Liberdade”, que tem sido reprimido de forma sangrenta por Teerã.

A advogada da família Amini na França, Chirinne Ardakani, confirmou que os familiares foram proibidos de embarcar no avião que os levaria a França para receber o prêmio, e tiveram seus passaportes confiscados. Esta atitude levanta preocupações sobre a liberdade de expressão e os direitos humanos no Irã.

Mahsa Amini faleceu no ano passado, três dias depois de ter sido detida pela polícia moral por supostamente não usar o véu islâmico corretamente. Sua morte desencadeou uma onda de manifestações contra os líderes políticos e religiosos iranianos, levando à morte de centenas de pessoas e a milhares de detenções.

Enquanto isso, a ativista Narges Mohammadi, 51 anos, ganhou o Prêmio Nobel da Paz e está detida desde 2021 na prisão de Evin, em Teerã. A ativista iraniana iniciará uma nova greve de fome neste domingo, data da cerimônia do prêmio em Oslo, na Noruega. Mohammadi já havia realizado uma greve de fome entre os dias 6 e 10 de novembro, quando conseguiu ser transferida para um hospital sem cobrir a cabeça com o véu.

Narges Mohammadi é a 19ª mulher a ganhar o prêmio, que atualmente vale 11 milhões de coroas suecas (cerca de US$ 1 milhão, ou R$ 5,17 milhões), e a quinta pessoa a ser nomeada enquanto cumpre pena. Ela será representada por seus filhos gêmeos de 17 anos, Ali e Kiana Rahmani, que vivem exilados em Paris.

A situação política no Irã continua tensa, com as autoridades iranianas acusando o comitê do Prêmio Nobel de intromissão e politização dos direitos humanos. O ministro das Relações Exteriores, Nasser Kanaani, afirmou que o comitê do Nobel da Paz concedeu o prêmio a uma pessoa condenada por repetidas violações da lei e atos criminais. A situação de Narges Mohammadi e a repressão de manifestações no país continuam a ser motivo de preocupação para a comunidade internacional.

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