De acordo com o relatório da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES), as invasões biológicas representam um prejuízo anual de pelo menos US$ 3 bilhões para a economia brasileira. No entanto, esse valor pode ser ainda maior, uma vez que o cálculo abrange apenas 16 das 476 espécies invasoras identificadas no país.
O coordenador do relatório, Mário Luis Orsi, ressalta a importância de conscientizar a população e o governo sobre os impactos negativos das invasões biológicas. A falta de conhecimento e de ações efetivas para combater esse problema é uma barreira a ser superada.
A pesquisadora Michele Dechoum destaca a necessidade de envolver a sociedade na remoção de espécies invasoras, como ela mesma faz organizando mutirões voluntários. Além do engajamento da população, os cientistas pedem maior envolvimento da iniciativa privada e dos órgãos públicos na prevenção e controle das invasões biológicas.
A criação de uma lista nacional de espécies invasoras e a implementação de uma política pública federal de prevenção e controle são algumas das sugestões dos pesquisadores para lidar com esse desafio. Atualmente, apenas seis estados brasileiros possuem listas oficiais de espécies exóticas invasoras.
O mosquito Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, chikungunya, Zika e febre amarela urbana, é uma das espécies invasoras que mais impacto geram. O prejuízo causado por esse mosquito é estimado em US$ 10,5 bilhões ao longo dos últimos 35 anos.
Diante desse cenário, é fundamental promover a educação ambiental, mobilizar a sociedade e adotar medidas efetivas para combater as invasões biológicas e seus impactos negativos no Brasil. A conscientização e a ação conjunta de diversos setores são essenciais para preservar a biodiversidade e a economia do país.
