Repórter São Paulo – SP – Brasil

Interesse crescente em armas nucleares gera preocupação internacional, alerta diretor-geral da AIEA

O diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Rafael Grossi, expressou preocupações sobre a crescente tendência de expansão das armas nucleares, em meio às guerras na Ucrânia e no Oriente Médio. Em recente visita a Brasília, Grossi destacou que as tensões internacionais têm despertado o interesse de países em adquirir armamento nuclear como medida de segurança.

Uma das ações mais preocupantes foi a declaração da Otan de considerar deixar mais armas nucleares em prontidão para uso imediato contra a Rússia, em apoio à Ucrânia. Grossi foi enfático ao criticar a ideia de introduzir armas nucleares em conflitos, ressaltando que países com armas nucleares possuem critérios específicos para sua eventual utilização, e que o uso dessas armas em um conflito entre países dotados e não dotados seria inaceitável.

Além disso, o Irã tem gerado instabilidade na região ao enriquecer urânio em grandes quantidades, levantando preocupações sobre a possibilidade do país produzir armas nucleares. Países vizinhos têm avaliado seguir o mesmo caminho, o que reforça a importância da não proliferação nuclear.

A AIEA também está presente na Ucrânia, realizando inspeções em instalações nucleares mesmo em meio à guerra no país. O diretor-geral destacou a importância de manter a segurança nuclear nesse contexto, buscando evitar ataques às centrais nucleares e a militarização das mesmas.

Em relação ao Brasil, Grossi enfatizou a importância de seguir protocolos de inspeção rigorosos para o desenvolvimento do submarino nuclear, garantindo que o material produzido seja utilizado apenas para a propulsão do submarino. Ele ressaltou que a agência está empenhada em garantir a segurança e a transparência nessas operações, sem comprometer o sigilo necessário.

Rafael Grossi, diretor-geral da AIEA desde 2019, possui vasta experiência diplomática e atua como uma voz importante na promoção da paz e no desenvolvimento tecnológico associado à energia nuclear. Suas ações visam garantir a segurança e a não proliferação de armas nucleares em meio a um cenário internacional cada vez mais tenso e desafiador.

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