Repórter São Paulo – SP – Brasil

Inteligência artificial sem regulação pode potencializar crises econômicas, alerta vice-diretora do FMI

A primeira vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, fez um alerta relevante durante um evento da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o papel da inteligência artificial (IA) na economia. Segundo ela, a IA tem o potencial de potencializar crises econômicas, causar desemprego em massa e representar riscos ao sistema financeiro se adotada sem regulação e cautela adequadas.

Gopinath destacou a importância de garantir que os sistemas tributários não favoreçam a automação. Atualmente, a taxação sobre softwares que substituem humanos é menor do que a taxação sobre mão de obra padrão, de acordo com uma pesquisa realizada pelo FMI. A vice-diretora alertou que, inicialmente, empresas podem investir em automação sem reduzir o quadro de funcionários, gerando a falsa sensação de coexistência entre a IA e a mão de obra humana. No entanto, durante uma crise econômica, a tendência é de demissões em larga escala.

Essa crise na mão de obra pode ser transmitida para o sistema financeiro, já que decisões de investimento no mercado acionário cada vez mais são influenciadas por IA. Em momentos de crise, as decisões baseadas em análises automáticas de dados e padrões podem resultar em escolhas equivocadas, incluindo um “conservadorismo exacerbado” que limita os riscos.

Para lidar com esses desafios, Gopinath ressaltou a necessidade de regulação e monitoramento eficazes, além de investimentos em educação e treinamento para que trabalhadores e IA possam colaborar de forma harmoniosa. Medidas que reduzam a amplificação dos riscos de transmissão para as cadeias de abastecimento e o mercado financeiro são essenciais para garantir um equilíbrio saudável entre a tecnologia e o mercado de trabalho.

Portanto, é fundamental que autoridades, empresas e instituições estejam atentas para os impactos da IA na economia e adotem medidas preventivas e colaborativas para mitigar os riscos e promover uma transição suave para uma era cada vez mais digitalizada.

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