Repórter São Paulo – SP – Brasil

Integrantes do MAB criticam termos do acordo de reparação da tragédia de Mariana em MG após anúncio de compensações de R$170 bilhões.

Integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) estão em desacordo com os termos do acordo de repactuação das compensações relacionadas à tragédia de Mariana, ocorrida em 2015. O principal ponto de discordância está nos valores das indenizações individuais para as vítimas, considerados baixos pelo movimento. As empresas responsáveis pelos danos causados na região da bacia do Rio Doce (Vale, BHP e Samarco) serão responsáveis por custear as compensações.

Embora o acordo ainda não tenha sido assinado, há expectativas de que isso ocorra ainda neste mês de outubro, de acordo com membros do governo federal. Os termos do documento foram divulgados pela Vale em um comunicado em seu site, enquanto em Belo Horizonte, o advogado-geral da União apresentou a proposta para as pessoas afetadas pela tragédia e representantes de movimentos sociais como o MAB.

Thiago Alves, integrante da coordenação nacional do MAB, ressaltou a necessidade de negociar o valor das indenizações individuais, que podem chegar a até R$ 30 mil. Ele avaliou que, da forma como está apresentado no acordo, atende mais às estratégias das empresas do que às necessidades das vítimas.

A tragédia na Barragem de Fundão da Samarco Mineração, que pertence à Vale e à BHP Billiton, resultou na morte de 19 pessoas em novembro de 2015. A enxurrada de lama que se espalhou pelos distritos de Mariana e seguiu pela bacia do rio Doce até o mar no Espírito Santo gerou danos irreparáveis.

O acordo em questão teria um valor total de quase R$ 170 bilhões, sendo distribuído em investimentos, pagamentos ao governo federal e aos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, além de obrigações de execução da Samarco. No entanto, o prazo de 20 anos para o pagamento de R$ 100 bilhões aos poderes públicos gerou críticas do MAB, que considera o valor baixo para ser dividido ao longo de duas décadas.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, demonstrou esperança de que o acordo seja assinado ainda neste mês e enfatizou a importância de que os recursos sejam geridos de forma adequada para beneficiar as vítimas. Ele destacou que a reparação dos danos não é motivo de celebração, mas sim uma forma de minimizar os impactos de um incidente tão grave. A Vale, em comunicado, informou que as negociações estão em andamento e que o acordo final está sujeito à aprovação e assinatura das partes envolvidas.

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