Repórter São Paulo – SP – Brasil

Instituto Oswaldo Cruz lidera teste clínico para vacina contra hanseníase aprovado pela Anvisa: marco na saúde pública brasileira.

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), está prestes a liderar um teste clínico revolucionário para a saúde pública global: a etapa de desenvolvimento de uma vacina contra a hanseníase. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a realização dos testes em humanos na segunda-feira (14), e, se bem-sucedida, esta pesquisa pode significar um avanço importante para a população brasileira, possibilitando o acesso a uma vacina gratuita contra essa doença.

A LepVax, candidata a ser a primeira vacina contra a hanseníase, foi desenvolvida pelo Access to Advanced Health Institute (AAHI), um instituto de pesquisa americano sem fins lucrativos. Utilizando tecnologia de subunidade proteica avançada, a vacina apresentou resultados promissores nos testes pré-clínicos contra a bactéria Mycobacterium leprae, responsável pela doença.

Antes de chegar à fase de estudos em humanos no Brasil, que contará com 54 voluntários, a vacina passou por testes de segurança em 24 pessoas saudáveis nos Estados Unidos. Os resultados demonstraram a segurança da vacina, sem ocorrência de eventos adversos graves, além de estimular uma resposta imunológica.

Com a realização do teste no país, os pesquisadores terão a oportunidade de observar os efeitos da LepVax em um ambiente com transmissão de hanseníase. O Brasil concentra a maioria dos casos da doença no continente americano e é o segundo país do mundo com mais notificações, ficando atrás apenas da Índia.

A chefe do Laboratório de Hanseníase do IOC/Fiocruz, Roberta Olmo, ressaltou a importância do ensaio clínico da LepVax, destacando os anos de trabalho pioneiro que permitiram ao instituto conquistar reconhecimento nacional e internacional. Segundo ela, a vacina pode ser fundamental para alcançar as metas de controle da doença e contribuir para sua eliminação como um problema de saúde pública.

O Instituto Oswaldo Cruz será responsável por avaliar a segurança e a imunogenicidade da vacina, bem como investigar o uso de duas formulações diferentes, com baixa e alta dose de antígeno. Os participantes receberão três doses da aplicação correspondente ao seu grupo e serão acompanhados por um ano.

O projeto da LepVax é financiado pela American Leprosy Missions (ALM), dos Estados Unidos, e conta com apoio do Ministério da Saúde e do fundo japonês Global Health Innovative Technology Fund (GHIT Fund). A Fundação de Saúde Sasakawa, do Japão, é parceira da pesquisa, tornando esse estudo internacional e promissor para a luta contra a hanseníase.

Exit mobile version