Os jovens estavam fazendo turismo na cidade quando foram abordados pelos policiais, juntamente com um amigo branco, na porta de um prédio em Ipanema. Segundo os depoimentos dados à Polícia Civil, os jovens afirmaram que os policiais não proferiram xingamentos ou palavras ofensivas de cunho racial durante a abordagem. Além disso, a polícia ressaltou que os policiais agiram de maneira igualitária com todos os jovens, sem distinção de cor.
De acordo com o relatório final do inquérito, as imagens das câmeras corporais dos policiais confirmaram que a abordagem seguiu um padrão após um turista estrangeiro informar ter sido vítima de roubo e descrever as características dos suspeitos. Os policiais, então, abordaram o grupo de jovens com base nessas informações, sem qualquer tipo de discriminação racial.
A advogada que acompanhou os jovens durante os depoimentos à Polícia Civil expressou surpresa e indignação com as conclusões do inquérito, alegando que houve uma abordagem discriminatória por perfilamento racial. Segundo ela, as imagens indicam que o amigo branco dos jovens entrou no prédio sem ser abordado, enquanto os jovens negros foram tratados de forma violenta, com arma apontada para suas cabeças.
Com a repercussão do relatório do inquérito, as famílias dos jovens se sentiram injustiçadas e revitimizadas, alegando que o caso foi grave e merecia uma investigação mais aprofundada. A polêmica em torno desse caso levanta questões sobre o tratamento dado pela polícia a indivíduos negros em situações semelhantes e reforça a necessidade de um debate amplo sobre o combate ao racismo institucional.