Segundo Carlos, ele recebeu um chamado divino para viver de acordo com a vontade de Deus, renunciando à sua identidade anterior. A divulgação de seu processo de conversão à religião evangélica gerou apoio e críticas, especialmente relacionadas à chamada “cura gay”, termo utilizado para se referir a métodos que buscam converter pessoas LGBTQIA+ à heteronormatividade.
No entanto, tais práticas são proibidas no Brasil desde 1999, conforme determinação do Conselho Federal de Psicologia. Mesmo assim, em 2017, uma liminar permitiu psicólogos tratarem pessoas LGBTQIA+ como doentes, aproveitando uma brecha deixada pela OMS. Essa recomendação foi revogada em 2019, e atualmente tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que equipara terapias de conversão à tortura.
Outros casos de “celebridades da conversão” também foram citados, como o de Caleb Rinavi, que se tornou pastor após “deixar as práticas homossexuais”, e Karen Santana, que afirma ter se convertido e superado o lesbianismo. Esses casos levantam questões sobre LGBTfobia e a violência contra pessoas LGBTQIA+ no Brasil, que resultaram em pelo menos 230 mortes violentas em 2023, de acordo com dados do Observatório de Mortes e Violências LGBTI+.
A falta de dados governamentais sobre esses crimes ressalta a importância de políticas de proteção e combate à discriminação contra a comunidade LGBT+, que ainda enfrenta desafios e preconceitos no país. A discussão sobre a liberdade religiosa e os direitos individuais também se destacam nesse contexto, refletindo a complexidade das questões relacionadas à diversidade sexual e de gênero.