O que chamou a atenção dos especialistas foi o fato de cerca de 50 indígenas terem sido avistados vagando pelas margens do rio, uma cena incomum para aqueles familiarizados com o comportamento dessa comunidade. Teresa Mayo, porta-voz da ONG Survival International, comentou que essa reunião de tantos indivíduos, todos homens, pode indicar uma busca por alimentos, provavelmente devido à diminuição de recursos naturais em seu território.
A ONG também aponta as atividades de madeireiras que operam legalmente na região como uma possível causa desse comportamento. O impacto da extração de madeira estaria afetando o ecossistema em que os Mashco Piro vivem, forçando-os a buscar alternativas para garantir sua subsistência.
Essa comunidade indígena, estimada em cerca de 750 pessoas, vive em condições de isolamento voluntário e é conhecida por sua resistência em estabelecer contato com a sociedade envolvente. Registros de ataques passados contra turistas e membros de comunidades vizinhas destacam a postura defensiva dos Mashco Piro em relação ao seu território.
Além das madeireiras, os indígenas enfrentam a ameaça de traficantes de drogas que invadem suas terras, tornando a situação ainda mais delicada. A presença desses grupos armados representa um perigo adicional para uma comunidade que busca preservar sua cultura e estilo de vida tradicionais.
Diante desse cenário complexo, é fundamental que as autoridades e organizações de proteção aos direitos indígenas ajam de forma proativa para garantir a segurança e o bem-estar dos Mashco Piro, bem como para preservar a rica diversidade cultural e ambiental representada por essa comunidade única na região amazônica.