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Indígenas barrados no STF por uso de vestimentas tradicionais relatam racismo em episódio pontual de segurança no tribunal

No último dia 19, um grupo de 13 indígenas foi impedido de ingressar nas dependências do Supremo Tribunal Federal (STF) e relatou ter sido vítima de racismo. Os indígenas, acompanhados pelo advogado Maurício Terena, tinham encontros agendados com ministros da corte para discutir questões relacionadas ao marco temporal.

Segundo relatos, no intervalo das audiências, os indígenas se dirigiam a um dos anexos do tribunal para aguardar o próximo compromisso no restaurante do local, por volta das 14h. No entanto, foram barrados na entrada do anexo pelos seguranças, que alegaram que o restaurante não estava mais servindo refeições e que estava em processo de limpeza.

Diante da insistência do grupo, os seguranças disseram que precisavam pedir autorização para permitir a entrada dos indígenas, o que gerou demora e constrangimento. Após intervenção do advogado, a ouvidora do tribunal e o chefe da segurança autorizaram o acesso dos indígenas ao restaurante.

Maurício Terena destacou a situação como um reflexo do racismo estrutural e evidenciou a luta contínua contra a discriminação. Uma manifestação foi enviada à secretaria de segurança do tribunal, que reconheceu a falha dos vigilantes na postura adotada.

Em nota, a assessoria de imprensa do STF reconheceu o erro de procedimento pontual dos vigilantes, que ficaram em dúvida sobre a possibilidade de ingresso no prédio com as vestimentas tradicionais dos indígenas. A instituição destacou que a Suprema Corte brasileira tem um histórico de decisões na proteção dos direitos fundamentais e não tolera nenhum tipo de discriminação ou racismo.

É importante ressaltar que o episódio reforça a necessidade de combater o racismo estrutural presente na sociedade, inclusive em instâncias de grande importância como o STF. É fundamental que sejam adotadas medidas concretas para promover a igualdade e a dignidade de todas as pessoas, independente de sua origem étnica.

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