Segundo relatos, no intervalo das audiências, os indígenas se dirigiam a um dos anexos do tribunal para aguardar o próximo compromisso no restaurante do local, por volta das 14h. No entanto, foram barrados na entrada do anexo pelos seguranças, que alegaram que o restaurante não estava mais servindo refeições e que estava em processo de limpeza.
Diante da insistência do grupo, os seguranças disseram que precisavam pedir autorização para permitir a entrada dos indígenas, o que gerou demora e constrangimento. Após intervenção do advogado, a ouvidora do tribunal e o chefe da segurança autorizaram o acesso dos indígenas ao restaurante.
Maurício Terena destacou a situação como um reflexo do racismo estrutural e evidenciou a luta contínua contra a discriminação. Uma manifestação foi enviada à secretaria de segurança do tribunal, que reconheceu a falha dos vigilantes na postura adotada.
Em nota, a assessoria de imprensa do STF reconheceu o erro de procedimento pontual dos vigilantes, que ficaram em dúvida sobre a possibilidade de ingresso no prédio com as vestimentas tradicionais dos indígenas. A instituição destacou que a Suprema Corte brasileira tem um histórico de decisões na proteção dos direitos fundamentais e não tolera nenhum tipo de discriminação ou racismo.
É importante ressaltar que o episódio reforça a necessidade de combater o racismo estrutural presente na sociedade, inclusive em instâncias de grande importância como o STF. É fundamental que sejam adotadas medidas concretas para promover a igualdade e a dignidade de todas as pessoas, independente de sua origem étnica.