Segundo o relatório da PF, a ordem para a falsificação do certificado partiu do próprio Bolsonaro, que teria solicitado ao ajudante de ordens Mauro Cid a inserção de dados falsos de vacinação no sistema do Ministério da Saúde em seu nome e no da sua filha menor. Ainda de acordo com as investigações, Mauro Cid teria criado um esquema para auxiliar pelo menos nove pessoas, incluindo a esposa e três filhas do ex-presidente, a burlar exigências sanitárias nos Estados Unidos e no Brasil.
O sigilo sobre o relatório da PF foi levantado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, após partes do documento terem sido divulgadas pelo portal G1. O relatório aponta que Bolsonaro agiu consciente e voluntariamente na adulteração do cartão de vacina, o que facilitaria sua entrada e saída nos EUA, mesmo sem ter sido imunizado contra a Covid-19.
A investigação também revelou que Bolsonaro teria embarcado para os EUA com a família e auxiliares após a derrota na eleição presidencial de 2022. A relação entre a falsificação do certificado de vacinação e a tentativa de golpe em janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas, foi explorada no relatório da PF.
A Controladoria-Geral da União (CGU) constatou em janeiro que o registro de imunização contra a Covid-19 presente no cartão de vacinação de Bolsonaro era falso, baseando-se em evidências de que o ex-presidente não esteve na unidade de saúde onde teria sido vacinado no dia indicado. Neste contexto, a defesa de Bolsonaro criticou a forma como o indiciamento foi divulgado à imprensa.
O relatório da PF agora será encaminhado ao Ministério Público Federal, que decidirá se apresenta denúncias no caso. Enquanto isso, o escândalo envolvendo a falsificação do certificado de vacinação de Bolsonaro continua a gerar repercussão e polêmica no cenário político brasileiro.






