O evento “Independência Inconclusa”, organizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), trouxe à tona o debate sobre as heranças excludentes que persistem na sociedade brasileira. Em uma mesa intitulada “O Genocídio da população negra do Brasil”, os participantes discutiram as complexas questões que envolvem a violência estrutural e o racismo no país.
Luiz Eduardo Soares, antropólogo e ex-secretário nacional de Segurança Pública, destacou o papel do Estado na perpetuação da violência contra a população negra. Ele ressaltou a gravidade do genocídio em curso, que se manifesta nas taxas alarmantes de violência direcionadas às comunidades mais pobres e negras. Soares enfatizou a urgência de enfrentar essa realidade e a necessidade de uma consciência democrática e liberal ativa para promover mudanças efetivas.
O presidente global da Central Única das Favelas (CUFA), Preto Zezé, chamou a atenção para a estrutura racista e opressora que permeia a sociedade brasileira, fruto de séculos de escravidão. Ele ressaltou a importância de uma luta coletiva de longo prazo para superar as marcas deixadas por essa história e promover a igualdade de direitos.
Para Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC, o Brasil enfrenta desafios em lidar com sua memória coletiva. Ele ressaltou a importância de refletir constantemente sobre o passado, especialmente sobre questões que ainda influenciam o presente. Ribeiro enfatizou a necessidade de políticas de memória e ações concretas que visem a igualdade de direitos para todos os cidadãos brasileiros.
O evento “Independência Inconclusa” serviu como um espaço de reflexão e debate sobre as questões históricas e sociais que ainda afetam a sociedade brasileira, especialmente no que diz respeito à população negra. A luta por uma sociedade mais justa e igualitária requer um compromisso coletivo e ações concretas para superar as injustiças do passado e promover um futuro mais inclusivo e democrático para todos os brasileiros.