No entanto, essa questão tem gerado tensões entre os dois países vizinhos há meses. A República Dominicana vem tentando impedir a migração de haitianos, e até mesmo apelou para a intervenção dos Estados Unidos e outras potências no Haiti. A relação entre os dois países sempre foi tumultuada, com uma parcela dos dominicanos manifestando discriminação em relação aos haitianos. Isso cria um ambiente propício para a propagação de uma narrativa de que o Haiti está invadindo a República Dominicana.
Essa animosidade tem raízes históricas. Durante a ditadura de Rafael Trujillo na República Dominicana (1930-1961), houve um massacre contra os haitianos e todos os negros que se assemelhavam a eles. O ditador alegou que havia o perigo de a República Dominicana se tornar “haitianizada”. Essa violência gerou a formação de grupos de ódio contra os haitianos na época.
Essa tensão entre os países também pode afetar Cuba, onde existe uma grande comunidade haitiana que vem crescendo com o agravamento da crise no Haiti. Normalmente, os haitianos são bem recebidos em Cuba e até mesmo considerados uma força de trabalho em potencial. No entanto, o país atualmente enfrenta dificuldades no manejo do fluxo migratório, devido à crise econômica e escassez de produtos básicos.
Cuba tem uma política de compartilhar o que tem, mas está enfrentando crises energéticas e dificuldades no fornecimento de produtos essenciais. Com a fronteira fechada para haitianos na República Dominicana, é provável que a situação em Cuba se agrave ainda mais.
É importante que os governos da região encontrem uma solução pacífica para essa disputa. A cooperação entre os países vizinhos é essencial para a estabilidade e o bem-estar da população. Além disso, é fundamental que a discriminação e a violência contra os haitianos sejam combatidas, promovendo o respeito aos direitos humanos e a construção de uma convivência harmoniosa entre as nações.