Segundo Haddad, em sua opinião, Bolsonaro era um “lunático” e um “psicopata”, o que o levou a não aprovar nenhuma medida relacionada ao presidente. Dessa forma, ele afirmou que não votaria pela autonomia do BC nas circunstâncias em que se encontrava.
Durante a entrevista, o ministro também abordou a redução da taxa Selic em meio a possíveis questionamentos sobre a autonomia do Banco Central. Haddad destacou que o corte de 0,5 ponto percentual foi essencial para evitar problemas graves na economia, principalmente após a queda na arrecadação em julho e a desaceleração desde abril.
Além disso, Haddad também questionou o patamar de juros neutros no país. Segundo ele, com uma inflação de aproximadamente 4%, qualquer taxa de juros acima de 8,5% é recessiva e contracionista. O ministro enfatizou a necessidade de cortes nas reuniões do BC, levando em conta as oito reuniões anuais, para que o país atinja o juro neutro e possa sair do longo processo contracionista em que se encontra.
Outro ponto abordado por Haddad foi o pagamento de juros no Brasil. O ministro ressaltou que o país tem um viés impressionante de pagar juros altos, mesmo quando havia superávit e a dívida estava em queda. Ele comparou os pagamentos de juros no Brasil com outros países e constatou que eram mais altos por aqui.
Em relação ao poder da Câmara dos Deputados, Haddad destacou a necessidade de construir moderação em relação aos outros poderes. Ele afirmou que a Câmara está com um poder imenso e que não deve utilizá-lo para humilhar o Senado e o Executivo. Apesar de uma boa relação com o presidente da Câmara, Arthur Lira, Haddad ressaltou que também há pontos de divergência entre eles.
Com essa entrevista, Fernando Haddad expõe sua visão sobre a autonomia do Banco Central e a relação com o presidente Jair Bolsonaro. Suas declarações trazem à tona importantes discussões sobre o poder da Câmara dos Deputados e a necessidade de moderação nos debates entre os poderes.






