O Grupo Supley afirmou que Renato Cariani era apenas responsável pela divulgação de alguns produtos, especialmente em mídias sociais, mas Cariani costuma se apresentar como acionista da companhia, apesar de não ter respondido às mensagens da Folha sobre sua ligação com a empresa.
Em entrevista ao podcast Joel Jota, Cariani afirmou que é sócio e responsável pelo marketing do Grupo Supley, bem como detentor de 50% da empresa Anidrol, uma transportadora especializada no deslocamento de produtos químicos perigosos, além de outras empresas menores e atividades como a de youtuber. Diante das alegações de associação do influenciador a práticas ilícitas, a Supley suspendeu quaisquer ações de marketing que envolvessem a participação de Cariani.
A Polícia Federal realizou na terça-feira, 12, mandados de busca e apreensão na Anidrol, da qual Cariani é sócio, e em outros endereços em São Paulo, Paraná e Minas Gerais. A operação investiga desvios de 12 toneladas de produtos químicos para a produção e refino de cocaína e crack, com a emissão de 60 notas fiscais falsas em um período de seis anos, no valor de R$ 6 milhões. A PF estima que os produtos desviados seriam suficientes para a produção de até 19 toneladas de drogas, e que os envolvidos usavam terceiros e empresas fictícias para camuflar a origem ilícita do dinheiro.
Cariani alegou que foi pego de surpresa pela operação e afirmou que a empresa tem mais de 40 anos de operação e opera com todas as licenças necessárias.
Diante de tais acusações e investigações, a empresa afirmou que nunca adquiriu ou vendeu quaisquer produtos fornecidos pela Anidrol e que nunca teve qualquer relação comercial com ela. A reportagem tentou contato com o influenciador, porém não obteve retorno. A empresa aguarda os desdobramentos da investigação e o julgamento sereno do caso.
