Portando uma bandeira bastante similar à da Palestina, um grupo de manifestantes aproveitou o bloco para conscientizar as pessoas sobre a ocupação de dois terços do território do Saara Ocidental. “Esta é uma causa que defendemos desde 1975. O Saara Ocidental foi uma colônia espanhola, depois se libertou da Espanha e foi invadido e ocupado por Marrocos e, desde então, busca sua independência”, afirmou o psicólogo Toninho Andrade, de 70 anos.
Os defensores do Saara Ocidental levaram ao bloco o representante da Frente Polisário, que lidera o povo saaraui no Brasil. Segundo o representante, 84 países já reconhecem o Saara Ocidental, mas infelizmente o Brasil ainda não está entre eles. Ele se encontra em negociação para tentar o reconhecimento do país pelo governo brasileiro.
A região do Saara Ocidental, na África, está em disputa há mais de 40 anos pelo povo saaraui e pelo Marrocos. Atualmente, o Brasil, a Argentina e o Chile são os únicos países na América do Sul que ainda não reconhecem sua soberania.
Além da temática internacional, o bloco também abordou questões nacionais, como o movimento contra o governo Bolsonaro e a defesa da democracia. O grupo de fanfarra Muralha Antifascista se apresentou com repertórios que incluíam críticas ao sistema educacional britânico e propostas de rompimento com padrões tradicionais.
Outro destaque do bloco foi a presença do engenheiro agrônomo João Neto, de 75 anos, que exibia uma camisa estampada com o rosto do ministro Alexandre de Moraes, do STF, no corpo de um dos guerreiros espartanos do filme 300. Segundo ele, essa foi uma homenagem justa ao ministro, que tem desempenhado um papel crucial na defesa da democracia.
O Pacotão carnavalesco proporcionou uma oportunidade para a conscientização e discussão de pautas importantes, tanto a nível internacional, como no contexto político e social do Brasil. A diversidade de temas presentes no bloco reflete a pluralidade de vozes que encontram espaço para se expressar e mobilizar a sociedade.