Criado em 2006, o grupo Ilú Obá de Min promove a cultura afro-brasileira e realiza essa manifestação simbólica como um ato político, denunciando a falsa abolição. As participantes vestem branco e se reúnem na escadaria do Bixiga, tocando tambores, fazendo discursos, dançando e espalhando água de cheiro enquanto descem a escadaria. Após a lavagem, o grupo segue em cortejo pela rua Treze de Maio.
A rua Treze de Maio tem um significado histórico, pois está localizada na região onde existiu o Quilombo Saracura, lembrando a resistência e luta do povo negro ao longo dos séculos. O Ilú Obá de Min destaca a importância de manter viva a memória de seus ancestrais e de continuar a luta por justiça e igualdade, já que ainda enfrentam desafios diários.
Essa tradição se tornou um marco na celebração do Dia da Abolição da Escravatura em São Paulo, reunindo mulheres comprometidas com a valorização da cultura afro-brasileira e com a luta contra o racismo e a discriminação. O evento é não apenas uma manifestação cultural, mas também um ato de resistência e empoderamento das mulheres negras, que buscam manter viva a memória de seus antepassados e reivindicam seu espaço na sociedade.
