Com as dez pessoas da redação atônitas diante dessa ação inesperada, a palavra de ordem era clara: a partir daquele momento, todos ali presentes trabalhariam para a França, e não para os alemães. O alemão encarregado da censura, que estava presente na redação, foi rapidamente neutralizado e trancado no porão, sem chance de interferir nas atividades daquele dia.
Martial-Bourgeon não hesitou em assumir o controle da situação, distribuindo funções e nomeando Martinet, um jovem de apenas 28 anos, como diretor da redação. A energia e determinação desse grupo eram palpáveis, e os jornalistas presentes não tiveram escolha senão começarem a trabalhar imediatamente.
O clima de urgência se instaurou na redação, e em questão de minutos os jornalistas já estavam em contato com equipes de jornais clandestinos, como o Combat, Défense de la France, Le Parisien Libéré e L’Humanité. A cooperação entre os diferentes veículos de comunicação comprometidos com a resistência era essencial para a disseminação das notícias e informações vitais daquele momento conturbado.
O primeiro despacho da Agência Francesa de Imprensa foi enviado às 11h30, marcando o início de uma nova era para aqueles jornalistas e para a imprensa local. A mensagem era clara: a liberdade de imprensa estava sendo defendida e aqueles jornalistas estavam determinados a cumprir sua missão de informar a população de forma verídica e corajosa. A redação estava viva e pulsante, pronta para enfrentar os desafios que estavam por vir.