O levantamento realizado pelo Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG-Dieese) apontou que as 1.132 greves em 2023 resultaram em um total de 42 mil horas paradas, sendo 55,5% delas na esfera pública e 43,1% na esfera privada. A maioria das mobilizações encerrou-se no mesmo dia, enquanto outras se estenderam por mais de 10 dias.
Quanto às reivindicações, as greves foram classificadas em quatro categorias: propositivas, defensivas, em protesto e em solidariedade. O reajuste salarial foi a demanda mais frequente, seguida pelo cumprimento do piso salarial e pagamento de salários em atraso. Em relação à resolução dos conflitos, a pesquisa revelou que em 82% das greves houve negociações entre as partes envolvidas, sendo necessária a intervenção do poder Judiciário em 38% dos casos.
Ao analisar os resultados das paralisações, foi constatado que em 67% dos casos houve algum êxito nas reivindicações, seja de forma total ou parcial. As informações disponíveis na imprensa indicam que as greves organizadas por trabalhadores da esfera privada foram mais comuns no início e no fim do ano, sendo justificadas, em sua maioria, pelo atraso no pagamento de salários.
O Dieese ressaltou que, mesmo com as mudanças na legislação trabalhista e intensificação das terceirizações e privatizações, as mobilizações dos trabalhadores não foram contidas. Mais da metade das greves no setor privado em 2023 envolveu trabalhadores terceirizados que atuam no serviço público, evidenciando a insatisfação com as condições de trabalho e possíveis descumprimentos trabalhistas.
Portanto, os dados apresentados revelam um cenário de mobilização e resistência por parte dos trabalhadores brasileiros em busca de melhores condições salariais e de trabalho, mesmo diante de um contexto de privatizações e precarização das relações laborais.






